quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Arte na veia !



O filho do cantor Fábio Jr. com a artista plástica Cristina Kartalian não pode negar o sangue artístico que corre em suas veias. Fora do cenário musical, o jovem estreia seu primeiro longa-metragem, As Melhores Coisas do Mundo

Felipe Galvão bem que tentou enveredar por outros rumos. Ele chegou a cursar um ano de Propaganda e Marketing, mas resolveu trancar a faculdade. Se desde os 6 anos sua paixão é pela música - e pela arte em geral -, ele achou que apostar em outra carreira só lhe traria frustrações profissionais. Não deu outra. Depois de assumir o controle da Banda Hori, o rapazinho já fez um ensaio fotográfico de deixar qualquer fã (ou não) de queixo caído.
E tem mais, sem nunca ter atuado, o irmão de Cleo Pires abocanhou um ótimo papel no próximo filme de Laís Bodanzky (Bicho de Sete Cabeças e Chega de Saudade), As Melhores Coisas do Mundo. Preparem-se, em 2010 Fiuk vai pintar nas telonas e, quem sabe, em outras paragens também.

Eterno apaixonado
Adoro ler, mas meu esporte preferido, que pratico até nos momentos livres, é a música. Adoro tocar piano, tocar bateria, fuço em todos os instrumentos. E tem mais, sou fissurado num esporte que chama namorar, não tem nada melhor na vida.
Cantor, modelo, ator
Adoro arte como um todo. Quando pintou o lance do ensaio, o fotógrafo era tão bom (Miró) e a proposta tão interessante que topei. Não tem essa de ou você é cantor, ou ator, ou modelo. Eu me dedico à arte. Até pintar quadros de vez em quando eu pinto, mas depois escondo e jogo fora. Eu adoro passar emoção, não importa se é nos palcos, nas fotos, no cinema, na TV, nas passarelas. Fiz até um filme! Quando me convidaram, eu nunca tinha atuado na vida.
Estreia nas telonas
Recebi o convite por telefone, na ligação me falaram: ''Está ferrado, vai fazer teste para um filme''. Eu fiquei pasmo. Mas adorei, tanto que, no dia do teste, fui totalmente centrado para o filme. Fiz o teste e representei muito bem, mas nem sabia do que se tratava. Tive que imaginar as situações. Deu certo. Acabei pegando um dos papéis principais, que é o irmão do protagonista, Francisco Miguez. No filme, meu personagem vai se chamar Pedro. A história é sobre a vida e as crises de adolescentes que moram em São Paulo. As gravações começaram em fevereiro e foram até maio deste ano, tudo aqui em São Paulo. Mas não confundam, minha maior paixão é cantar.
De irmã para irmão
Com a Cleo (Pires) a relação é mais difícil. Ela é minha irmã, a gente se ama pra caramba, mas é a mais distante. Ela viaja muito. Eu a vejo uma vez a cada seis meses. A Cleo é de outra vertente, outra vida, outro lugar, outras pessoas em volta dela, outra família. Mas quando pintou a proposta do filme, foi para ela o meu primeiro telefonema. Pedi algumas dicas e ela falou uma coisa que me deixou à vontade. Ela disse, com aquele jeitinho de carioca: ''Pô irmão, seja você mesmo, acredite em você e faça de verdade. É arte, é coração''.
Conselho de pai
Meu pai também me apoio muito com o filme. Ele disse: ''Putz, o bichinho te picou, agora vai lá, faz e se vira''. E eu, como sou muito panguazão (inexperiente), fiquei todo inseguro.
Primeiro passo fora da música
O filme foi realmente um primeiro momento. Poxa, foi um baque... Laís Bodanzky! Bicho de Sete Cabeças! Rodrigo Santoro! Poxa, quem sou eu? Nada!
No set com Laís
Poxa, teve uma cena que foi a mais pesada, a mais emocionante e eu consegui matar num take só. Eu desmaiei de verdade por cinco segundos. Ela (Laís) levantou, bateu palmas e perguntou como eu fazia aquilo. Levantei, olhei pra ela, me situei e me questionei: O que faço agora? É a Laís Bodanzki, agradeço ou saio correndo? Agradeci e fui direto para o banheiro. Fiquei megainseguro. Foi uma das maiores experiências que já tive na minha vida.
Vida de ator?
Eu nem sabia o que era decorar texto. Fiz dois testes e já estava no elenco. Quando o pessoal chegava, ia direto aquecer. Eu olhava pra Laís e perguntava: ''Posso fumar meu cigarrinho?''. Todo mundo aquecendo o corpo e eu me concentrando de outra maneira (risos). No fim das filmagens, ela perguntava automaticamente se eu já tinha fumado meu cigarrinho antes das cenas muito tensas.
Pai e filho
Meu pai foi muito ausente na minha vida, isso quando eu era criança. Eu sentia muito a falta dele e tive até bronquite asmática por isso. Ele fazia muitos shows, viajava demais e eu o via apenas uma vez por mês. Eu chorava, escrevia cartas pra ele, sofri demais, mas amadureci muito também. Sou grato a ele, pois sem dor não há crescimento. Quando falo dele, meus olhos ficam cheios de lágrimas. Gosto mais de falar dele do que de mim, porque foi o cara que me criou. Graças a ele, gosto tanto do que eu faço.
Dois chorões
Meu pai é muito chorão e eu sou outro bocó. Tenho até medo porque represento muito a versão 2000 do meu pai. Mas me orgulho por isso. Ele é meu ídolo.
Tal pai, tal filho
Nunca escolhi entre fazer um som diferente ou igual ao que meu pai faz. Nunca abri gavetinhas. Nada na minha vida é muito quadrado, eu sempre segui meu instinto. Quem sabe um dia eu faça um negócio que se pareca com ele? Se for a minha verdade!
Debaixo do mesmo teto
Moro com meu pai há seis anos. Minha asma só passou quando fui morar com ele. Eu ia pra escola com um tubo de oxigênio e tudo. A mulher da minha vida é a minha mãe, mas o meu pai é o meu irmão gêmeo, eu não consigo viver sem ele. Parece careta, mas é assim. Tem alguns shows dele que eu nem vou só para não ouvir Pai. Quando vou, na hora da música eu me escondo porque sempre choro.

Fonte: http://contigo.abril.com.br/entrevista/fiuk-arte-veia-485220.shtml

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